domingo, 14 de agosto de 2011

Poema WALT WHITMAN


Walt Whitman / Fonte: Google Imagens.

Escravocratas…
Suas garras não rasgarão minha poesia abolicionista
Escravagistas,
vocês não sabem falar de amor.
Ornamentei minhas batalhas com um sabor
que o teu paladar não alcança distinguir
Meus versos livres gritam LIBERDADE!!!
à natureza.
Falar de amor é coisa de pássaro,
de gaivota que sou.
É bicho solto na mata
Onça selvagem... caçando... esfomeada.
É o condor voando livre pelos céus da California.
É um som que vem do Canyon
Uma fera solitária uivando no centro da lua cheia,
implorando a chegada de uma companheira
É um casal de lobos que se atiram nos gumes do
limiar da noite quente
São duas feras cansadas... deitadas... arranhadas
Inseparáveis pelo resto de toda a estação.
Ódio vencido!
Naufragarei em teus pântanos
Imediatamente após o último suspiro alucinado
da última mulher na boca do último homem,
alucinados.
E quando os “párias” me arrastarem para a forca,
antes tomarei nos braços uma criancinha negra
e beijarei, com ardor, seu rosto livre dos
teus demônios soltos.
Sou um antílope louco,
veloz como a flecha envenenada
Um ádax a dar saltos parabólicos no espaço
Entre as chamas e o sol poente.
A queimada vai se alastrando
Atiçando os monstros ardentes
E teus olhos brilham contentes
Como espelhos refletindo o incêndio escarlate.

(Fábio Torres).

O grande abolicionista norte-americano John Brown (1800-1859) / Fonte: Google Imagens.

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