domingo, 21 de agosto de 2011

Poema UM OLHO VERDE E OUTRO AZUL

A minha alma é dark,
dark sun
Percebi isso quando você disse que é
Senti isso
como sente um tigre a picada da naja
Sinto isso
quando arranco de mim toda a roupa
e invado tua casa aberta,
que é uma explosão silenciosa.
Vou beijar o teu olho verde e
lamber o teu olho azul;
e depois, beijar o teu olho azul e
lamber o teu olho verde.
Sou tão estranho quanto você, meu amor
Encontro lucidez onde desponta alucinação
Crivo de dor o peito de cada manhã,
de paixão os lábios da noite inteira.
Vou esvaziar o odre,
me embebedar,
derramar todo o vinho no meio desse
canibalismo doido
Esse vinho que é feito do mel das uvas que
nascem da terra púrpura do teu quintal
Essa tua língua devorando a minha.
E depois do gozo mais alucinante,
o mais paralisante,
sentir toda a sensualidade de Clare Torry
in
The Great Gig In The Sky.
Salve, Rainha
Ah, minha Joana dark
Alma e corpo
Vou me enveredar, cada vez mais,
pelas sendas do teu corpo...
... e alma.

(Fábio Torres).

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