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Fonte: Google Imagens. |
Não faz muito tempo
Foi há pouquíiiiissimas décadas
de hoje... deste nosso novo e admirável mundo
em algum lugar oculto no peito celestial
No seu studio de arte, Deus concluía
uma nova obra-prima
Exausto, o Etéreo Alquimista deslizou
até a sacada do seu palácio espiritual
(projetado pelo arquiteto catalão Antoni Gaudí,
agora a serviço de Sua Divindade), acomodando
as vistas cansadas sobre a trama de constelações
Naquela noite fantástica, os astros elevados
nos pináculos do firmamento
fariam qualquer poeta, até mesmo um dadaísta,
chorar de saudade das mesquitas... as almenaras
a desescurecer o revelho céu do Cairo
E Javé conversou com as estrelas
(suas confidentes):
“Minhas filhas... estou tão feliz
Consolidaria-se mais um milênio,
ainda assim eu nada mais conseguiria acrescentar”
E desta vez somente aos três olhos de fogo de Órion,
sussurra o Senhor das Maravilhas:
“Mas... como devemos chamá-la? Pensei em ‘Arcana’,
por causa do seu olhar cabalístico, como se fosse
o de uma sacerdotisa maia, a todo me encabular”
A romântica e mística Rigel é a primeira a responder,
serena, feito um mantra a se ouvir do crepúsculo:
“Oh, Supremo... ‘MACIRA’... é suaaave... barroco...
... que nem um cântico de luz”
“Não!” – bradou a impetuosa, contudo virtuosa...
... Betelgeuse
E ainda retrucando a bela e vaidosa irmã do sol...
“ ‘RÉGIA’ deverá ser o seu nome... é forte! Emblemático!
Parece com... o mais gótico de todos os réquiens!”
“Ora... vocês e as ‘considerações-do-arabesco’
de sempre a respeito de tudo!
E parem já as duas, irrequietas demais
na presença sacra do Rei das Almas! – intercedeu
uma terceira, sublime e apaziguadora criação
do Eterno e Infinito
“Por que não ‘MACIRA RÉGIA’ !?
Tem harmonia e mansidão”
“O que escolhe nosso Amado Pai?...”
Uníssonas perguntam, ansiosas por saber
E em coro se calam, tão distantes de morrer
... Assim, o Criador conjugou a audição
da Nebulosa de Órion, num só corpo e essência de mulher
Como numa sinfonia, a irradiar beleza, bondade
e sabedoria.
(Fábio Torres).
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