sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Poema IMORTALIDADE

A Essência é eterna
E quando morre o que menos importa,
nasce uma força que já existia
e entorpece o infinito:
a árvore foi assassinada pela estrada,
mas ali sempre existirá uma árvore.

Hoje eu mato de sede a minha morte
Hoje sou um incêndio na solidão
Somos iguais
Irmãos viciados em ter desejos imprescindíveis
Incendiamos a nossa morte
Matamos de sede a solidão
Somos irmãos
Coesos pelo karma da eterna igualdade
Rompemos as comportas às nossas vontades
Em fantásticas e insólitas viagens
Sejam ao sol... ou ao Ártico.
A carne, a navalha rasga, o câncer consome,
engasga os abutres
Os ossos, os vermes alvejam
E depois viram pó, que depois vira nada.
Mas o movimento de todas as cores
que se misturam numa paixão é intenso
E esta gemelidade de luzes se recusa
a atravessar os prismas
Nem os cristais, nem os elementos mais radioativos
conseguem dispersá-la.

Jamais exterminar Essência
Jamais exterminar paixões
São gêmeas xifópagas
Jamais extraí-las.

(Fábio Torres).

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