nem exposição
nem reza
nem carro negro
nem túmulo
lua de prata espelhando o mar
o veleiro está em chamas
e o meu corpo está lá
espelho d’água
o veleiro ainda arde
e a minha carne esta-lando
o sol incendeia o mar
o veleiro esfriando
cedro queimado molhado salgado
e as minhas cinzas poluindo o mar
nem exposição
nem reza
nem carro negro
nem túmulo
só luz de prata
espelho de fogo
e mar poluído
só
(Fábio Torres).
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