domingo, 21 de agosto de 2011

Poema O RESTO ESPALHADO POR TODOS OS MARES

Fonte: Google Imagens.
Hoje... agora!
Exatamente neste segundo!
Que não pode ser perdido... esquecido
Escrevo sobre as linhas do destino
todas as palavras que colecionei
durante toda essa minha vida
Anos amargos que passei forjando
a lança do mais enigmático aço
Vou cravá-la no espelho
que se encontra dependurado, por um triz,
na parede da minha cela
E que de tão arranhado,
torce horrivelmente a cara
do meu arquinimigo Eu.
As rosas de sangue
cultivadas para mim
neste pântano que é jardim
de agonia e pesadas alucinações...
... não lambuzam mais
as minhas botas
Lindas botas feitas com a pele rara
de um animal “humanamente” extinto.
É no estrondar das negras tormentas
que a ti respondo, minha vida:
“Queira até o mais insignificante átomo
deste meu corpo insignificante,
que ele teu será”
Foi com teus domínios orientais
que descobri os caminhos de encontrar
o doce que há do outro lado
do amargo do rum
Arrebentar o carvalho
e naufragar docemente
no júbilo da corrente.
E na nudez de uma enseada deserta
tudo começou
Caminhávamos juntos,
nas areias lavadas pelo Atlântico,
quando disseram teus lábios:
“Olhe, Vida...
... isto é o rabo da baleia
Aquilo lá é a cabeça
E o resto?
E o resto?”.

(Fábio Torres).

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