domingo, 14 de agosto de 2011

Poema DOR (mentiras enterrando a verdade)

Fonte: Google Imagens.

Era uma vez... a mosca de fogo
Solitária sobre as Plêiades a sangrar.
Uma luz de triste pulsar
Não propriamente uma estrela
Um quasar talvez.
Trôpega a deambular por entre
os fantasmas do inferno gótico
Chorando no meio das sombras
Na densa vasa arrastando imensos grilhões
Pesados estigmas, feito luas acorrentadas aos pés.
Toda a lugubridade dos baixos mundos de Set
por não saber aquela lágrima de dragão
como ficar diante da nobreza da mais bela
dentre todas as anãs brancas
Por não poder o grito final da sétima
cabeça da Hidra, quando decepada
a girar no firmamento de Lerna,
entregar naquelas ternas mãos de rainha arcana,
e de capitã-mor dos seus frequentes pesadelos,
o marco inabalável da sua inocência,
imolada pela clava da intolerância,
afogada pelas mesmas garras predadoras
que sepultaram os bisões na agonia abissal,
postos a lutar aos estrépitos debaixo da terra
para subir e novamente serenos ruminar
deitados na neve que amanta as pradarias.
Contudo, no labirinto assombrado
pelos mais terríveis e cada vez mais
próximos e famintos mugidos,
sem novelo ou venérea e amada Ariadne,
os olhos vazados de Teseu descobrem
o modo embalado no peito do condor.
Daquela que unicamente importava, tocar-lhe,
ao menos, o rasto da escapadiça razão
Instigar-lhe o raciocínio do mais intrépido alquimista
Ofertar à deusa-gata Bast... idolatrada...
... imperatriz do azul de todos os orientes,
angströnicas frações dos seus valores,
hoje pétalas perdidas,
fogos-fátuos, que nem baforadas incandescentes
a emergir do fecundo almocávar
Dar à musa de faraó... nigromante...
... amada do Cairo ao coração,
oportunidades de revolver... exumar a vida
do homem que Ela nunca conheceu,
mas que, incauta, suplantou.

(Fábio Torres).

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