Quando o sol já vem
E eu não chamo por você
No desejo de ter um cheiro humano
se misturando ao meu
E você vem e se instala em seu lugar
Parece o mar caindo sobre mim
Quando o sol já veio
E eu imploro a tua presença
No desejo de estripar
essa estridente orquestra
E os grinfos dos violinos tangem você
e estripam a mim
Pareço sal jogado ao fogo
Quando o sol já vai
E eu imploro a tua presença
No desejo de ser um pingo de luz
escorrendo pelo corpo da palmeira
Acho-me sobre um cavalo
Dentro da mata
E as feras
E os jagunços a me tocaiar
Quando o sol já foi
Eu, meu cavalo, e as feras,
e os jagunços e seus rifles
Sozinhos num tempo
Para sempre.
(Fábio Torres).
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