domingo, 21 de agosto de 2011

Poema SOLIDÃO

Quando o sol já vem
E eu não chamo por você
No desejo de ter um cheiro humano
se misturando ao meu
E você vem e se instala em seu lugar
Parece o mar caindo sobre mim

Quando o sol já veio
E eu imploro a tua presença
No desejo de estripar
essa estridente orquestra
E os grinfos dos violinos tangem você
e estripam a mim
Pareço sal jogado ao fogo

Quando o sol já vai
E eu imploro a tua presença
No desejo de ser um pingo de luz
escorrendo pelo corpo da palmeira
Acho-me sobre um cavalo
Dentro da mata
E as feras
E os jagunços a me tocaiar

Quando o sol já foi
Eu, meu cavalo, e as feras,
e os jagunços e seus rifles
Sozinhos num tempo
Para sempre.

(Fábio Torres).

Nenhum comentário:

Postar um comentário