quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Poema CORAÇÃO DO INFERNO

A seca na região Nordeste do Brasil / Fonte: Gloogle Imagens. 

Minha raiz à flor da terra
chora pelo regresso das águas
O meu grito à flor da pele
não aguenta mais esperar
Onde havia um rio e seus frutos,
agora é lama que secou e rachou
Onde era verde,
hoje é um maciço cinzento
que mais parece um cenário surrealista
de um holocausto nuclear
As estradas e pontes,
que eram a travessia de carros e bois,
não levam mais a lugar algum.
Queria ser uma tempestade,
um vendaval, um furacão,
para arrasar o sofrimento
Ser água de beber,
rebanhos e plantações
Matar a sede e a fome,
a doença e a dor
Este sonho me transporta até bem longe
Mas bem antes de conquistar o que procuro,
desemboca em lugar nenhum
É um ciclo incessante
Partir... avistar o ilusório longínquo e...
... retornar ao coração do inferno.

(Fábio Torres).

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