sábado, 31 de dezembro de 2011

Poema ARIADNE

Ariadne em Naxos; pintura de John Vanderlyn,
1820 / Fonte: Gloogle Imagens.

Noites serenas
Lágrimas de sangue
Pegadas pequenas.

Bela mulher
Tamanha entrega
Ingrato affair!

Vaga o amor traído
a buscar, combalido,
noites serenas
Do fio ainda gotejam, frias,
lágrimas de sangue
Na areia jazem, solitárias,
pegadas pequenas.

Cego no deserto
o coração sangrio da grande
bela mulher
O prêmio fel por tão fiel e
tamanha entrega
Oh! Cruel, indigno e
ingrato affair!

Cores inusitadas
Labirinto de sombras
Personagens eternizadas.

Flor delis
Amante imortal
Corona borealis.

Divina vida inconstante,
a tomar, como um mutante, formas e
cores inusitadas
Como ave das tormentas, eleva-se a diva do
labirinto de sombras
Renascendo – o trivial às míticas
personagens eternizadas.

Aliviada do mais pesado dos pesos,
torna-se a preferida, a mais sagrada
flor delis
Voando da mais solitária solidão até o Leve, ao calor do
amante imortal
E cravejada de estrelas, pisca no céu
corona borealis.

(Fábio Torres).

Ariadne e Dionísio, por Agostino Carracci,
séc. XVI / Fonte: Google Imagens. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário