terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Poema MILTON NASCIMENTO


Fonte: Google Imagens. 

Novamente sinto tua voz! Cante e me imunize!
Quantas vezes salvaste-me os mundos... a vida
Quando a dor fazia-me lua vaga, vã e esmaecida
Canta! Para que meu coração, ferido, cicatrize.

Amar-te é minha fortuna: és o antídoto... a cura
Música balsâmica a me alçar à travessia sobre o abismo
Nascimento de mil sons, sonhos e tons em sincronismo
E das montanhas aos lábios, o frescor da água pura.

Os astros flamejam na noite de uma cidade antiga
Na esquina, entre tantos, ouve-se a mais rara estrela
Bradam os violões! Soa a garganta: “amigo... amiga”.

E na manhã ensolarada, musicados os poemas renovos,
na íris dos mais belos e negros olhos serena o infinito
Olhos desenhados no rosto que é o de todos os povos.

(Fábio Torres).


Milton Nascimento / Foto: Cafi.

Nenhum comentário:

Postar um comentário