Fonte: Google Imagens. |
No Recife do tempo holandês, degredado o visconde viveu
Costumava percorrer o caminho junto à casa de pólvora
Nascera numa herdade à estrada que passava por Évora
Sonhava com a volta à terra elísia e a esposa ao lado seu.
Mas, em vez do regresso que um dia à amada prometeu,
a fúria do verdugo batavo serviu-lhe com o fio da injustiça
O golpe do gélido machado pôs fim a sua triste vida postiça
No tempo do Recife holandês, degolado o visconde morreu.
Dos solares e vinhedos de Portugal à Maurícia do boi voador
O luso homem, separado em duas partes, há séculos de dor
como espectro, dentro da noite, chora por sua viscondessa.
“Viveu” a glamurosa era das confeitarias, bondes e zeppelins
Quando a rua já era velha, sofreu entre pierrots e arlequins
E até hoje, sempre na Rua Nova, vaga o visconde sem cabeça.
(Fábio Torres).
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