domingo, 29 de janeiro de 2012

Poema O CANTOR (para Milton Nascimento)

Milton Nascimento / Fonte: Google Imagens.
Dançam serenas
as águas da noite azul
quase negra
Bailam as chamas
que ascendem orgânicas
do chão diamantino
No céu marinho navegam
barcas rutilantes
E perto da estrela guia
luzem por trás de lunetas
os olhos pasmos
de Copérnico e Galileu,
gigantes da astronomia,
a contemplar extáticos
a tão bela e insólita...
... voz do cantor.
Ele canta para o mar
Ou é o mar que canta pra Ele?
Ou será um dueto,
nas horas mortas,
na madrugada nua,
entoando cânticos à lua?
O tempo mareia
As ondas lânguidas
lambem seus pés e a areia
E as mãos de dedos longos
e anéis a lucilar na mansidão
singularmente afagam o violão
O que verseja o poeta
irmana-se aos falsetes do vento
E do coração à boca,
e da boca às imensidões,
canta o argonauta,
canta Orfeu a dor e o amor
A música visceral
ensolarando as vastidões.

(Fábio Torres).

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